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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Crise nas vendas em Rivera já repercute do lado brasileiro

FRONTEIRA
Gangorra comercial abalou economia e situação pode piorar a partir de julho

Considerada o maior centro comercial de venda de produtos importados do Uruguai, Rivera, na divisa com Livramento, amarga uma das piores crises que o setor comercial já vivenciou nas últimas décadas.
Depois da alta do dólar e das medidas de ajuste fiscal que mexeram no bolso dos brasileiros, a perspectiva é de que a situação piore ainda mais, quando o limite de compras de importados – definido pela Receita Federal pela Portaria 307/2014 -, cair de U$ 300 dólares para apenas U$ 150 dólares, a partir de 1º de julho.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Livramento (Acil), Sérgio Oliveira a medida já era prevista, mas chega em um momento de extrema retração econômica, podendo trazer consequências desastrosas para a Fronteira. “Com o novo limite muitos clientes calcularão o custo benefício e pensarão vezes antes de viajar à Fronteira”.

Ele observou que 70% do que se ganha em salários no comércio de Rivera e em outros setores era gasto em Livramento. Com a crise, porém, os efeitos da retração já começaram a ser percebidos, em vários setores no lado brasileiro.
Algumas lojas de Rivera já adotaram medidas de contenção de despesas demitindo pessoal. Outras estabelecimentos não suportaram a crise e fecharam. No feriadão de Corpus Christi, houve um pequeno movimento nas lojas, que apelaram às promoções para atrair clientes.
Algumas casas receberam o dólar a R$ 2,50, outras reduziram preços de alguns artigos tradicionais como perfumes, uísques e aparelhos de ar condicionado. Porém, mantas térmicas, edredons e cobertores de fabricação chinesa lideraram o ranking das vendas e foram os mais procurados pelos clientes.
O presidente do Sindilojas, Pablo Escosteguy, destacou que uma das alternativas para aliviar a profundidade da crise é a prorrogação do prazo que mexe no limite de compras. “Esperamos pelo menos isto da Receita, até que as lojas francas brasileiras passem a operar regularmente no lado brasileiro”, disse.
Escosteguy salientou que as entidades locais estão se mobilizando embora seja muito difícil reverter a medida da Receita Federal.
Ele observou que a relação peso/real no momento é um bom atrativo para os consumidores uruguaios. Mas salienta que com a redução do poder de compra e o desemprego, eles investem muito pouco no comércio de Livramento – que depende, em 40% a 50% das vendas, dos clientes de Rivera.

Fonte:Jango Medeiros/Correio do Povo

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